Os Credos e as Confissões de Fé.

 

 Em tempos de tanta confusão teológica por que passa a igreja cristã, não é aconselhável professar o cristianismo sem afirmar com clareza aquilo em que se crê. Temos que ter a ousadia de afirmar clara e abertamente e, de preferência, de forma escrita, as coisas em que cremos. Reconheço que vivemos numa era que rejeita a noção credal ou confessional, mas esta posição tem que ser repensada. Tantas são as heresias e as tentativas de assalto à fé genuína que tornam-se necessárias a formulação e a confissão daquilo em que cremos, para que a igreja, na sua inteireza, não venha a ficar perdida, lançada de um lado para outro por quaisquer ventos de doutrina. Uma vez cristã, a pessoa tem que confessar a sua fé. Essa confissão é, em algum grau, um credo ou uma Confissão de Fé.

Um credo é uma elaboração científica daquilo que cremos com base na Escritura Sagrada. É uma afirmação concisa daquilo que alguém deve crer a fim de ser um cristão. Se alguém se confessa cristão, tem que possuir um conjunto de verdades devidamente elaboradas em que professa crer. É necessário que o cristão confesse a sua fé de forma que outros venham a saber em que ele crê. É uma insensatez professar fé em Cristo sem saber o conteúdo do que se confessa.

A definição de uma confissão não difere basicamente da de um credo, senão na forma. Uma confissão contém mais ou menos os mesmos elementos de um credo, mas de forma bem mais elaborada, com detalhes que um credo não possui, por ser mais conciso. Uma confissão aborda mais assuntos do que um credo, e os apresenta de forma mais sistemática.  

Portanto, os credos e confissões da igreja cristã sempre nos reportam às origens e ao desenvolvimento histórico de nossa fé. Como já vimos anteriormente, primeiro vieram os credos, expressões resumidas da fé cristã. Posteriormente, vieram as confissões, que foram expressões mais elaboradas, sendo ambos, credos e confissões, resultado direto das controvérsias vigentes na época em que foram preparados.

Somente na época da Reforma, é que apareceram as confissões de fé, que trataram da doutrina cristã de um modo bem mais elaborado que os credos. Inicialmente surgiu a Confissão de Augsburgo (1530), de tradição luterana. Depois vieram as de cunho calvinista: a Segunda Confissão Helvética (1566), a Confissão Escocesa (1560) e a Confissão de Fé de Westminster (1646), que foi a última das grandes confissões e certamente a que veio a apresentar as definições mais precisas da doutrina reformada. Houve outras confissões de menor importância histórica, além dos catecismos que formaram a base doutrinária das igrejas, especialmente as de cunho luterano e calvinista.

Os credos nunca precedem a fé, mas a pressupõem. A fé elaborada pela igreja é apenas uma exteriorização daquilo que os cristãos crêem no coração. Se crêem com o coração, disse Paulo, eles têm que confessar com a boca (Rm 10.9-10

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